Uma seleção de refrigerantes e outras composições regionais. No Maranhão, o Guaraná Jesus é mais popular do que a Coca-Cola
Larissa Januário, especial para o iG São Paulo |
Pelas ruas de São Luis, no Maranhão, o refrigerante
cor-de-rosa com notas de canela é mais popular do que a Coca-Cola. É o
Guaraná Jesus. No Paraná, um refresco gasoso à base de gengibre foi
batizado de Gengibirra. E tem a Cajuína, cristalina, em Teresina.
O antropólogo Raul Lody anota que, como ocorre com as
comidas típicas, as bebidas regionais do Brasil são influenciadas pelo
clima, a vegetação e os costumes locais. E são várias. Lody classifica
esses produtos por situações. “Existem as bebidas de cotidiano
(refrigerantes, refrescos e licores), as de festa (quentões, batidas),
que envolvem rituais culturais, e as de partilha”, explica. “O chimarrão
é assim. As pessoas se reúnem e todos partilham a mesma cuia.” Entre as
artesanais, feitas em casa, o aluá é um refresco à base de casca de
abacaxi ou farelo de milho muito consumido no norte e no nordeste do
País.
Veja a seguir uma relação dos produtos regionais mais populares, seus ingredientes, influências e histórias. Aluá
É um refresco de origem indígena e baixa dosagem alcoólica obtido da
fermentação de casca de abacaxi, milho triturado ou arroz. Muito popular
em diversas regiões do Brasil a receita artesanal tem variações no
preparo e tipos de ingredientes de acordo com a localidade, mas é mesmo
mais comum no norte e nordeste.
No Acre e na Amazônia é comum usar o milho triturado ou a
farinha de milho, já em Belém do Pará usam cascas de frutas como o
abacaxi, a raiz de gengibre (esmagada ou ralada), o açúcar (ou o caldo
de cana) e o sumo do limão. O antropólogo Raul Lody tem uma
receita de aluá
: coloque num pote de barro milho seco maduro, rapadura, gengibre e
água. Deixe descansar por três dias. Coe e sirva bem gelado. Outra
versão descrita pelo escritor é a feita com casacas de abacaxi, açúcar e
água. “Coloque tudo em uma garrafa e enterre-a por três dias. Também
toma-se gelado”.
Cajuína
A abundância do caju no estado do Piauí originou a bebida mais popular
da região. Cantada por Caetano Veloso, nos versos de Cajuína
, é símbolo cultural da capital Teresina. O refresco não é alcoólico e é
obtido de forma artesanal a partir do suco do caju, filtrado,
clarificado e esterilizado. A cor amarelo-âmbar se deve à caramelização
dos açúcares naturais da fruta. A cajuína é consumida gelada. Chibé
Muito popular entre os caboclos paraenses, é considerada comida por
muitos devido ao seu valor energético, semelhante ao da gemada. É feita
com água e farinha de mandioca processada. Na cuia, coloca-se a farinha e
em seguida a água e, depois, tradicionalmente, se movimenta tudo da
esquerda para a direita. Os nativos tomam o chibé duas a três vezes ao
dia e acreditam que ele ajuda a vencer as dificuldades da vida e a repor
as energias. Às crianças costumam adicionar açúcar, mel ou rapadura.
David Santos Jr./Foto Arena
Tereré do restaurante
Sobaria, em São Paulo: a bebida é feita da erva verde seca. É bebida
gelada em uma guampa (recipiente feito de chifre de boi)
Chimarrão e Tereré
Provenientes da erva mate, tanto o chimarrão quanto o tereré são típicas
bebidas de partilha com algumas peculiaridades. O chimarrão do Rio
Grande do Sul é como um chá feito da erva torrada e servido quente na
cuia. Já o tereré, do Mato Grosso do Sul, é feito da erva verde seca.
É bebido gelado em uma guampa (recipiente feito de chifre de boi). Ambos
usam a bomba (canudo de metal com uma base redonda fechada e pequenos
furos que filtram a erva).
O hábito de tomar o chimarrão e o tereré tem estreita ligação com os
países vizinhos Paraguai e Uruguai. E o ritual que envolve a bebida
também é parecido nos dois estados. As pessoas se reúnem em torno da
cuia ou da guampa para saborear a bebida. No Mato Grosso do Sul, o
pantaneiro costuma tomar o tereré no início da manhã e no início da
tarde.
Extrato de Açaí
O açaí vem de uma palmeira muito comum no estado do Pará. Ela dá,
sobretudo durante a seca, coquinhos do tamanho de uma cereja. O fruto de
cor violeta-escura, quase negra, é escolhido e amassado para se tornar a
bebida mais tradicional da região: o extrato de açaí, uma verdadeira
paixão belenense. “É tomado com ou sem açúcar, com farinha d’água,
farinha seca ou farinha de tapioca. Na forma de sorvete ou em mingaus,
como se fosse leite, um leite vermelho misturado na papa de arroz,
farinha de mandioca ou mandioca-puba”, explica Guta Chaves.
David Santos Jr./Foto Arena
Gengibirra, refrigerante à
base de gengibre muito popular no Paraná. Em São Paulo, o restaurante Na
Cozinha, do chef Carlos Ribeiro, oferece o produto
Gengibirra
O nome batiza alguns tipos de bebidas a base de gengibre. No Paraná,
popular mesmo é a Cini Gengibirra. No processo industrial de fabricação
do refrigerante a raiz descansa por um ano em decantação antes de entrar
na receita.
Os locais costumam creditar à bebida efeitos de
expectorante e até mesmo de afrodisíaco. Existe uma versão caseira que,
além de gengibre, leva água e açúcar, fermento biológico e claras em
neve para dar o efeito gasoso à bebida.
No Amapá, a Gengibirra já não é assim tão inocente.
Servida nas rodas de batuque, leva gengibre ralado, fervido em um litro e
meio de água com cravos da índia e açúcar caramelado. Depois de fervida
a mistura, adiciona-se cachaça a gosto. Todas as versões são consumidas
geladas.
David Santos Jr./Foto Arena
O Guaraná Jesus, o sonho
cor-de-rosa do Maranhão, faz parte da carta de bebidas do restaurante Na
Cozinha, do chef Carlos Ribeiro, em São Paulo
Guaraná Jesus
No Maranhão, o Guaraná Jesus é carinhosamente conhecido como o “sonho
cor de rosa”. É um raro fenômeno de resistência regional às grandes
marcas globais de refrigerantes. A jornalista e pesquisadora Guta
Chaves conta que a fórmula da bebida é a mesma criada em 1920 num
laboratório de fundo de quintal, em São Luís, pelo farmacêutico Jesus
Norberto Gomes. Na época, ele tinha acabado de importar uma máquina de
gaseificação.
Gomes queria produzir uma espécie de magnésia fluída, mas
não deu certo e ele resolveu fazer uma bebida para os netos a partir de
17 ingredientes básicos, entre eles ervas e produtos que descobria em
suas viagens pela Amazônia. O gostinho de canela adocicada e a cor
diferente agradaram a molecada de toda a vizinhança e, com o tempo, a
bebida caiu no gosto popular.
A história do Guaraná Jesus confunde-se com a de seu
criador. Tanto que quando lhe foi exigido o registro formal do produto
já conhecido informalmente por “Guaraná de Jesus”, assim permaneceu. “O
refrigerante, que tem a mesma fórmula há 80, foi comprado recentemente
pela Coca Cola Brasil e talvez por isso o nome tenha mudado para
Cola-Guaraná Jesus”, explica a pesquisadora.
1. A atual divisão regional brasileira foi realizada em 1970 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme essa
regionalização, cite os complexos regionais do Brasil e seus respectivos
estados.
2. Identifique as regiões do Brasil no mapa.
3. A Região do Brasil que possui a maior extensão territorial é:
a) Norte
b) Sul
c) Nordeste
d) Centro-Oeste
e) Sudeste 4. A Região brasileira mais populosa é:
a) Centro-Oeste
b) Norte
c) Sul
d) Sudeste
e) Nordeste
Com auxílio de um atlas resolva as questões propostas:
1)- Estado da Região Centro-Oeste onde está situada a sede do governo brasileiro:
(A) Mato Grosso
(B) Goiás
(C) Tocantins
(D) Mato Grosso do Sul
2)- Das cinco regiões brasileiras, a que ocupa a maior área do Brasil é a :
(A) R. Nordeste
(B) R. Norte
(C) R. Centro-Oeste
(D) R. Sudeste
3)- O maior estado da Região Norte é:
(A) Tocantins
(B) Amapá
(C) Amazonas
(D) Roraima
4)- A Região Sul é:
(A) A maior em tamanho
(B) a região que abrange mais estados
(C) a região que tem a menor área
(D) onde se localiza a capital do Brasil
5)- Nome do estado da Região Sul cuja capital é uma ilha:
(A) Paraná
(B) Rio Grande do Sul
(C) Santa Catarina
(D) não existe capital em ilha
6)- Região brasileira que possui o maior número de estados:
(A) R. Norte
(B) R. Nordeste
(C) R. Sul
(D) R. Sudeste
7)- O maior estado da Região Sudeste é:
(A) Espírito Santo
(B) Rio de Janeiro
(C) São Paulo
(D) Minas Gerais
8)- O menor estado do Brasil é:
(A) Sergipe
(B) Alagoas
(C) Rio Grande do Norte
(D) Goiás
9)- Nome do estado da Região Nordeste cuja capital é uma ilha:
(A) Piauí
(B) Pernambuco
(C) Maranhão
(D) Bahia
10)- Estado que não se limita com o Rio de Janeiro:
(A) São Paulo
(B) Espírito Santo
(C) Bahia
(D) Minas Gerais
As principais atividades econômicas das cinco regiões do Brasil
As cinco Regiões do Brasil apresentam grandes disparidades
socioeconômicas, isso é o reflexo de políticas econômicas desenvolvidas
no território nacional. Houve um processo de desenvolvimento industrial
no Sul e, principalmente, no Sudeste, proporcionando um maior avanço
econômico. As demais regiões fornecem-lhe matérias- primas e gêneros
agrícolas.
Entre as principais atividades econômicas das Regiões estão:
Centro-Oeste – A economia baseou-se inicialmente nos
garimpos de ouro e diamante. Atualmente, as principais atividades
econômicas desenvolvidas são a pecuária e a agricultura. A agroindústria
é o setor econômico mais importante do Centro-Oeste, que é grande
produtor de soja, sorgo, algodão e girassol. Destacam-se também, as
indústrias farmoquímicas.
Norte – A economia dessa região baseia-se
principalmente no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí,
madeira e castanha. A região também é muito rica em minérios. No setor
industrial destaca-se o polo industrial de Manaus.
Nordeste – É a segunda região que mais produz petróleo
no país. Nela funciona um dos principais polos petroquímicos, o de
Camaçari (BA). A agricultura e a pecuária são prejudicadas em razão dos
longos períodos de seca, além da má distribuição das chuvas. A cana de
açúcar é o principal produto agrícola da Região.
Sul – O setor de serviços responde pela maior parte
das riquezas dos estados sulistas. Em seguida vem a indústria, com
destaque para o setores metalúrgico, automobilístico, têxtil e
alimentício. Destaca-se também a agropecuária. A Região Sul é grande
produtora de milho, arroz, feijão, trigo e tabaco. É a maior produtora
nacional de soja, alho, mel, maçã e cebola.
Sudeste – Abriga as maiores montadoras e siderúrgicas
do país, a produção industrial da região é diversificada e altamente
qualificada. Com o maior parque industrial do Brasil, o Sudeste é
responsável por quase 60% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os
serviços e o comércio são os principais segmentos da atividade
econômica, e representam aproximadamente 60% da riqueza da região.
Alimentação:
Folclore
e superstições alimentares
A maioria das superstições
brasileiras à mesa tem origem portuguesa. Algumas tribos indígenas evitavam
apenas comer seus animais totem e os escravos tinham o costume de não deixar restos de
comida no prato para que não pudessem ser utilizados por seus inimigos.
A base das restrições envolve a
mistura de comidas e a ingestão de bebidas após certos alimentos. A salada de
frutas, por exemplo, era mal vista devido a isso. Da mesma forma, a
ingestão de cachaça após certos alimentos como leite, mangas, melancias,
bananas e farinha, ou o leite com pinhas, banana-anã, jacas e principalmente, mangas.
O leite, aliás, por ser visto como um alimento completo não necessitaria de
outros e por isso a mistura faria mal à saúde. Outras restrições envolvem o
comer em excesso que causaria doenças, como o consumo da cana-de-açúcar e de
melancias ao sol e ainda outros alimentos teriam efeitos medicinais, como a
cachaça que cortava os efeitos da gripe e dos resfriados
e as frutas
cítricas.
Algumas crenças envolviam o credo
religioso católico, quando evitavam falar "nomes feios" à mesa, comer
despido,ou de chapéu, por acreditar que fosse uma ofensa a Jesus, ao Anjo da
Guarda ou a algum santo que estivesse presente durante as refeições. Ainda
devido a religião era o tabu dos treze convivas à mesa,
isso porque durante a Última Ceia, havia treze pessoas à mesa.
Quanto a utilização do fogão à
lenha algumas superstições envolviam o acendimento e o apagamento da chama. Por
exemplo, a utilização de papel para acender o fogo, fazia com que a comida
ficasse sem sabor.
Não se devia apagar o fogo com
água,ou pisando-se sobre as brasas, nem acendê-lo pelo meio ou
atiçá-lo com objetos metálicos.Jogava-se alho ao fogo para
afugentar o diabo
quando o fogo estivesse soltando faíscas.
Durante o preparo, há ainda a
crendice da boa e da má mão. Ter boa mão é preparar a
comida com qualidade, de forma rápida. Culpa-se a má mão quando não se
acertam os temperos ou o preparo. Ainda outras crenças envolvendo o preparo
incluem o mexer a comida em uma única direção e por uma única pessoa e a
proibição de bater na borda da panela com a colher o que poderia ameaçar o
preparo, "fazê-lo desandar".
A culinária do Brasil é fruto de uma mistura de ingredientes
europeus, indígenas
e africanos.
Muitas das técnicas de preparo e ingredientes
são de origem indígena, tendo sofrido adaptações por parte dos escravos e dos portugueses.
Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes
que faltassem por correspondentes locais. A feijoada,
prato típico do país, é um exemplo disso. Os escravos trazidos ao Brasil desde
fins do século XVI, somaram à culinária nacional
elementos como o azeite-de-dendê e o cuscuz. As
levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX
e XX, vindos em grande número da Europa,
trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e concomitantemente fortaleceu
o consumo de diversos ingredientes.
A alimentação diária, feita em três refeições, envolve o consumo de café-com-leite,
pão, frutas, bolos e doces, no café da manhã, feijão com arroz no almoço,
refeição básica do brasileiro, aos quais são somados, por vezes, o macarrão,
a carne, a salada
e a batata e, no jantar, sopas e também as várias comidas regionais.
As bebidas destiladas foram trazidas pelos portugueses ou, como a cachaça,
fabricadas na terra. O vinho é também muito consumido, por vezes somado à água
e açúcar,
na conhecida sangria. A cerveja
por sua vez começou a ser consumida em fins do século XVIII e é hoje uma das bebidas alcoólicas mais comuns.
Antes da instalação dos engenhos, as primeiras sobremesas legitimamente
brasileiras foram as frutas tropicais, tais como manga e carambola,
regadas a mel.
A banana
com laranja foi a principal sobremesa durante o início do período colonial;
podendo-se destacar ainda, nesta época, a goiabada,
a cajuada, a cocada,
a tapioca
e o merengue,
sendo populares também a banana assada ou frita com canela.
A partir do advento do açúcar,
surgiu a calda
e, com ela, as compotas
de frutas que eram descascadas e cozidas pelos escravos.
Os religiosos portugueses
mantiveram as receitas à base de ovo que preparavam em seu país de origem, mas acrescentando
ingredientes brasileiros. Assim surgiram doces como quindim,
papo-de-anjo, ambrosia, bom-bocado, manjar e pudim. A utilização dos ovos se dava devido ao fato de que
Portugal foi o principal produtor da Europa entre os
séculos XVIII e XIX.
A partir desse momento, em cada região do país foram se desenvolvendo receitas
típicas de acordo com o alimento que era encontrado em abundância em cada
lugar. Assim, o hábito de se comer determinados tipos de doce passou a fazer
parte dos costumes locais, fazendo das sobremesas parte importante da culinária brasileira.
Brigadeiro
Brigadeiro Eduardo Gomes ainda jovem
O docinho de brigadeiro é um doce típico
da culinária brasileiro e um dos mais populares nas festas infantis. Os
ingredientes do brigadeiro são leite condensado, chocolate em pó,
manteiga e chocolate granulado para a cobertura. Qual a origem deste
docinho?
Brigadeiro Eduardo Gomes
Segundo alguns historiadores, o nome do
docinho pode estar associado ao brigadeiro (patente militar) Eduardo
Gomes, que se candidatou à presidência pela UDN contra Eurico Gaspar
Dutra, em 1946. O candidato conquistou um grupo de fãs do Pacaembu,
bairro de São Paulo, que organizaram festas para promover sua
candidatura. A guloseima feita de leite, ovos, manteiga, açúcar e
chocolate tanto agradou que, numa das festas de campanha, foi feito o
doce para arrecadar fundos.
Versão similar diz que mulheres do Rio
de Janeiro, engajadas na candidatura de Eduardo Gomes, faziam
“negrinhos” que vendiam para ajudar o fundo de campanha. Uma outra ainda
diz que Heloísa Nabuco, de tradicional família carioca que apoiava o
brigadeiro, criou um tipo de doce, ligeiramente diferente da versão
atual, e o denominou com a patente do candidato preferido.
Como as festas dos correligionários e
cabos eleitorais eram muito disputadas pela população, estes logo
começaram a chamar os amigos para irem comer o “docinho do Brigadeiro”.
Com o tempo o nome de “brigadeiro” teria sido dado ao doce (mais tarde
feito com leite condensado). De qualquer forma, apesar do apoio
recebido, Eduardo Gomes perdeu a eleição para Eurico Gaspar Dutra.
O brigadeiro Eduardo Gomes, então candidato à presidência, tinha um
slogan bem curioso: “Vote no brigadeiro que é bonito e solteiro."
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